6 motivos para não votar no Aécio (parte 1 - programas sociais)

Programas sociais ficão em risco se Aécio Neves vencer no domingo

Por Pedro Muxfeldt

Em toda campanha eleitoral desde a primeira vitória de Lula, o candidato do PSDB repete à exaustão que não irá acabar com o Bolsa-Família. Esse ano, Aécio Neves foi além. Apesar de seu partido já ter chamado o programa de Bolsa-Esmola, o tucano afirmou diversas vezes que o criador do PBF foi Fernando Henrique Cardoso.

Apesar das falas bem intencionadas, três pontos-chave ajudam a sustentar a tese de que haverá sim redução da atuação estatal no amparo à população de baixa renda em eventual vitória do PSDB no domingo.

O primeiro diz respeito à multiplicidade de programas postos em prática pelo governo federal nos últimos 12 anos. O Bolsa-Família, que atende cerca de 50 milhões de brasileiros, é apenas a linha de frente de um leque enorme de ações da União para promover o desenvolvimento econômico e social dos mais pobres.

A lista é longa: Luz para Todos, Brasil Sorridente, Mais Médicos, ProUni, fortalecimento do Fies, Pronatec, Minha Casa, Minha Vida, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e por aí vai.

Grande em quantidade e capilaridade, essa rede de programas comprova que, diferente do que prega Aécio, os governos do PT transformaram a proteção social em política de Estado, alheio a interesses partidários ou eleitorais.

Com Aécio, a situação pode ser outra e duas propostas suas para economia dão pistas de suas reais intenções. Em primeiro lugar, o candidato defende a necessidade de um ajuste fiscal vigoroso em 2015. Isso significa, entre outros fatores, o corte nos gastos públicos.

Em todo canto do mundo (a França fez isso recentemente, por exemplo), esta é a senha para a diminuição dos investimentos na área social, como congelamento de salários e aposentadorias e, no Brasil, fim de alguns programas estatais.

Em segundo lugar, há a proposta de redução do papel dos bancos públicos na economia. Acontece que o Banco do Brasil e a Caixa são os responsáveis, respectivamente, pelo financiamento do Plano Safra da Agricultura Familiar e do Minha Casa, Minha Vida.

É impossível acreditar que a banca privada, faminta por lucros, será capaz de dar crédito a juros mínimos como os praticados pelos órgãos do governo. No MCMV, por exemplo, o Estado garante que o morador não empenhará mais do que 5% de sua renda para o pagamento da parcela da casa, o que faz com que a mensalidade não ultrapasse os R$ 80. Alguém já parcelou casa a R$ 80 no Itaú? É o que Aécio finge que irá acontecer.

Por essas e outras, pode-se afirmar com segurança que os programas sociais que tanto alavancaram a economia e a cidadania no país desde 2003 correm risco caso o PSDB reconduza a economia do país para o modelo neoliberal de desregulamentação, privatizante e antipopular que vicejou no Brasil nos anos 1990.

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