6 motivos para não votar no Aécio (parte 5 - política externa)

Governo de FHC promoveu a diplomacia dos pés descalços

Por Pedro Muxfeldt

Encerrei o texto de ontem falando que o Brasil não tolera mais governos que fiquem de cabeça baixa e pés descalços para nações imperialistas. O termo é uma metáfora da página mais vergonhosa da diplomacia nacional. Em janeiro de 2002, já nos estertores do governo FHC, o ministro de Relações Exteriores, Celso Lafer, viajou aos Estados Unidos e, mesmo portando um passaporte diplomático, que lhe desobrigava até mesmo a passar pela alfândega, teve que retirar os sapatos para uma inspeção no aeroporto de Washington.

Cenas como essa não podem se repetir. Num Brasil forte economicamente e perseguindo um ideal de justiça social há 12 anos, a política externa tem que ser feita com altivez e na busca pela construção de um mundo multipolar em que todos tenham voz. É exatamente o contrário desse modelo de diplomacia inaugurado por Lula e mantido por Dilma que Aécio quer para o país.

Com os tucanos de volta, o Brasil colocará um freio no sonho de integração latino-americana. Mais do que isso. Aécio já deu repetidas mostras de que pretende tratar vizinhos como a Bolívia, devido à rota de entrada de drogas no país, em clima de beligerância. Democracias como Venezuela e Equador são classificadas de 'ditaduras amigas do PT'. Sobre Cuba, já falei.

Se despreza a América Latina, Aécio também não quer saber dos Brics. A importante união de nosso país com Rússia, Índia, China e África do Sul, que já começou a dar resultados concretos e cada vez mais serve de contraponto à hegemonia estadunidense para ele é perda de tempo.

O que os tucanos defendem não são modelos de integração e cooperação que valorizem relações econômicas e culturais mais plurais. Eles querem virar as costas para o Sul do mundo e retornar à postura de submissão perante as grandes potências mundiais que quase desembocou na Alca, proposta que oficializaria a América Latina como quintal dos EUA, rechaçada pela sociedade civil e o governo Lula, e marcou a história do Brasil desde os tempos da colonização.

É isso, Aécio tem a cabeça de um colonizado que sonha em ser o colonizador apesar de toda vergonha e sofrimento que este lhe impõe.

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