6 motivos para não votar no Aécio (parte 6 - imprensa)

Candidato conta com apoio da Veja para vencer amanhã
Por Pedro Muxfeldt

Ao longo da semana, falei aqui de alguns pontos do programa do PSDB que colocam em risco os programas sociais, os direitos trabalhistas, os direitos humanos, a soberania nacional e nossa política externa. Para fechar a série, é preciso falar daquela que é o sustentáculo do modelo de governo tucano: sua aliança com a imprensa hegemônica.

Foi por estar de braços dados com os principais jornais, revistas e canais de televisão do país que Fernando Henrique, ao longo de seus dois mandatos, conseguiu colocar em vigor o processo de privatizações e passar por cima de todos os escândalos de corrupção. Alinhada ao governo, a imprensa abafou crises, sonegou informações (como fez agora com a água em São Paulo) e convenceu o povo de que até a mais antipopular das propostas era feita visando ao bem comum.

É lado a lado com Vejas, Folhas e Globos que Aécio fez toda a sua campanha. É com eles que pretende governar.

Numa recidiva tucana, a mídia será ainda mais vigorosa (1) na defesa do corte de gastos, que afetaria o Bolsa-Família e outros programas; (2) no ataque às conquistas dos trabalhadores, encampando propostas de flexibilização da CLT; (3) na busca pela redução maioridade penal, que só serve para encarcerar a juventude negra e pobre; (4) nos ataques à Petrobrás e demais empresas estatais com vistas à privatização de setores estratégicos da economia e (5) no apoio à volta de um Itamaraty rendido aos ditames dos Estados Unidos em detrimento do modelo de integração latino-americana.

Os pontos acima são só alguns exemplos que comprovam a necessidade da democratização e regulação econômica dos meios. Não porque eles sejam contra o PT e outros partidos de esquerda, mas fundamentalmente porque representam o pensamento mais conservador e elitista possível e jogam contra o Brasil e os brasileiros.

A ausência de noticiário sobre a nossa saída do mapa da fome da FAO é um exemplo claro disso. Por questões partidárias, não se festejou um momento histórico para o país, que tanto sofreu com a desigualdade assombrosa e a exclusão de parcela significativa da sociedade.

Ao ter a mídia hegemônica ao seu lado, Aécio e o PSDB atestam que governarão apenas para alguns, novamente retirando da agenda pública os mais pobres e por isso mais necessitados de apoio do Estado. Este será o maior risco se ele subir a rampa do Alvorada em 1º de janeiro.

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