Candidato conta com apoio da Veja para vencer amanhã |
Por Pedro Muxfeldt
Ao longo da semana, falei aqui de alguns pontos do programa do PSDB que colocam em risco os programas sociais, os direitos trabalhistas, os direitos humanos, a soberania nacional e nossa política externa. Para fechar a série, é preciso falar daquela que é o sustentáculo do modelo de governo tucano: sua aliança com a imprensa hegemônica.
Foi por estar de braços dados com os principais jornais, revistas e canais de televisão do país que Fernando Henrique, ao longo de seus dois mandatos, conseguiu colocar em vigor o processo de privatizações e passar por cima de todos os escândalos de corrupção. Alinhada ao governo, a imprensa abafou crises, sonegou informações (como fez agora com a água em São Paulo) e convenceu o povo de que até a mais antipopular das propostas era feita visando ao bem comum.
É lado a lado com Vejas, Folhas e Globos que Aécio fez toda a sua campanha. É com eles que pretende governar.
Numa recidiva tucana, a mídia será ainda mais vigorosa (1) na defesa do corte de gastos, que afetaria o Bolsa-Família e outros programas; (2) no ataque às conquistas dos trabalhadores, encampando propostas de flexibilização da CLT; (3) na busca pela redução maioridade penal, que só serve para encarcerar a juventude negra e pobre; (4) nos ataques à Petrobrás e demais empresas estatais com vistas à privatização de setores estratégicos da economia e (5) no apoio à volta de um Itamaraty rendido aos ditames dos Estados Unidos em detrimento do modelo de integração latino-americana.
Os pontos acima são só alguns exemplos que comprovam a necessidade da democratização e regulação econômica dos meios. Não porque eles sejam contra o PT e outros partidos de esquerda, mas fundamentalmente porque representam o pensamento mais conservador e elitista possível e jogam contra o Brasil e os brasileiros.
A ausência de noticiário sobre a nossa saída do mapa da fome da FAO é um exemplo claro disso. Por questões partidárias, não se festejou um momento histórico para o país, que tanto sofreu com a desigualdade assombrosa e a exclusão de parcela significativa da sociedade.
Ao ter a mídia hegemônica ao seu lado, Aécio e o PSDB atestam que governarão apenas para alguns, novamente retirando da agenda pública os mais pobres e por isso mais necessitados de apoio do Estado. Este será o maior risco se ele subir a rampa do Alvorada em 1º de janeiro.
Acompanhe o Trocando Ideia também no Facebook.
Nenhum comentário:
Postar um comentário