O bem que Marina fez às eleições

Com Marina, eleições esquentaram e PT saiu da inércia


Por Pedro Muxfeldt

A morte de Eduardo Campos abalou o Brasil e alterou radicalmente o cenário eleitoral. Com Marina Silva, a disputa presidencial ganhou em emoção e foi conduzida para o centro do debate público, algo que não ocorria antes do fatídico 13 de agosto.

Aécio naufragou em questão de dias e parece perdido, com o candidato atirando para todos os lados sem conseguir conquistar mais ninguém.

No PSB, a euforia das semanas iniciais, quando se falou até em construção de base governamental, foi substituída por postura defensiva após as erratas do programa de governo e o nebuloso empréstimo do avião que vitimou Campos.

Contudo, as alterações de rota do PT foram as que mais bem fizeram ao processo eleitoral. Caminhando para vitória tranquila contra Aécio, o governo, repetindo o discurso de comparação com as administrações tucanas, cozinhava a eleição em banho-maria.

Diante de Marina e da possibilidade real de derrota em outubro, a campanha petista foi à luta. Primeiro, expondo as contradições da 'nova política' pregada pela adversária, que se aliou a economistas neoliberais, velhas raposas como Jorge Bornhausen e tem um vice financiado pela indústria de armas, os petistas conseguiram marcar as diferenças entre as duas propostas de país.

Num segundo momento, iniciado esta semana, Dilma foi além. Com propagandas ousadas e sem floreios, o PT falou de corrupção, mostrando as ações do governo no combate a este mal generalizado no corpo político brasileiro e respondendo às críticas vazias de seus concorrentes. Também falou sobre os perigos de conceder autonomia ao Banco Central e à importância dos royalties do pré-sal para o desenvolvimento do país.

Esta parece ser a grande importância da entrada de Marina. Sem poder se acomodar, o comando petista saiu da inércia, politizou o debate que até então seguia morno e apresentou propostas para promover as mudanças em infraestrutura, educação e saúde que o Brasil necessita.

O resultado se vê nas pesquisas, que apontam recuperação dos índices de Dilma, reconquistando votos tomados pela ex-senadora. Ao fim e ao cabo, mesmo ainda sob ameaça, Marina fez bem ao governo e às eleições, que estão sendo centradas nas ideias diferente de outros pleitos marcados por bolinhas de papel e edições de debate.

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