A reforma política é um dever de cada cidadão brasileiro

Congresso só vai se dobrar à reforma política com mobilização popular

Por Pedro Muxfeldt

Não demorou um dia para que as cartas fossem postas na mesa na política nacional. Depois de Dilma afirmar que a aprovação do plebiscito pela reforma política será um de seus maiores objetivos neste segundo mandato, o presidente do Senado, Renan Calheiros, que integra a base aliada ao governo, rebateu a proposta da presidenta e defendeu a realização de um referendo.

Vale explicar. No plebiscito, os cidadãos são chamados a opinar antes da redação da lei, definindo, portanto, como os temas serão abordados. Já no referendo, uma proposta desenhada no Congresso segue para a avaliação do povo.

Assim, o que Renan e boa parte de nossos parlamentares desejam é construir a reforma política à sua imagem e semelhança e empurrá-la goela abaixo da população. Mais: o argumento do senador Marcus Pestana (PSDB) para defender tal ideia bebe na fonte do preconceito aos votos em Dilma espalhados pela internet. Segundo ele, o brasileiro não teria condições de discutir certas questões. "É um assunto complexo e longe do cotidiano das pessoas", disse.

Só um cego que não vê. O Congresso, o mais conservador desde a redemocratização, vai lutar com unhas e dentes contra qualquer tipo de reforma política. E para forçá-los a aprovar o plebiscito não vai bastar apenas o empenho do governo federal.

A luta pela reforma política, uma urgência da nossa democracia assolada pela força do dinheiro e com rabo preso às empresas financiadoras, deve ser de cada um de nós. Somente a mobilização será capaz de fazer com que o Congresso se dobre à vontade popular, expressa nos 7,5 milhões de votos no plebiscito popular.

2015 não será um ano fácil. A ameaça neoliberal foi barrada nas urnas, mas o avanço conservador foi vitorioso na Câmara e buscará impor sua pauta de redução de direitos e manutenção do status quo.

O plebiscito pela reforma política não pode ser nosso pedido de Natal, mas uma resolução de Ano Novo. É preciso que cada um tome a reforma como um compromisso, pois somente com ela - a reforma e a mobilização - é que conseguiremos promover as mudanças estruturais que o Brasil anseia há décadas.

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