As pesquisas não são um recado para a oposição, mas para Dilma

Presidenta tem o apoio do povo e precisa entender isso
Por Pedro Muxfeldt

As páginas de esquerda na internet repercutiram à exaustão os resultados das pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas no fim de semana sobre a aprovação do governo Dilma Rousseff e a percepção do povo sobre o tema corrupção, martelado diuturnamente pela mídia conservadora.

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Contudo, a análise acabou descambando para um viés, a meu ver, errado. A mensagem principal enviada pelo resultado das sondagens não foi direcionado para a oposição raivosa que pede o impeachment de Dilma nas ruas ou os setores da imprensa que buscam promover o clima de mar de lama com os desdobramentos do esquema de desvio de verbas na Petrobras descoberto pela Polícia Federal.

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O grande recado das pesquisas é para Dilma. Com 42% dos brasileiros considerando seu governo ótimo ou bom a despeito dos ataques ininterruptos que ela vem recebendo e do imobilismo do Partido dos Trabalhadores e seus aliados em defender o modelo de inclusão posto em prática nos últimos 12 anos, a presidenta precisa sentir-se livre para ousar em seu segundo mandato.

É evidente que nunca se deve perder de vista que 2015 será o primeiro ano do Congresso Nacional mais conservador dos últimos 30 e que o equilíbrio de forças no parlamento impede um rompimento completo com partidos de centro-direita hoje abrigados no governo. Porém, a avaliação em alta da administração do PT confere a Dilma a possibilidade de empreender ações que aprofundem e acelerem as mudanças em curso no Brasil.

Entre elas, estão, definitivamente, a campanha pela reforma política via plebiscito e a regulação dos meios de comunicação. Como as eleições deixaram claro, os valores do governo e suas ideias bem explicadas e apresentadas tendem a ganhar o apoio da maioria da população.

Neste sentido, reveste-se de grande importância decisões ainda em aberto de Dilma quanto ao nome do futuro ministro das Comunicações e dos quadros responsáveis pela articulação política pelos próximos quatro anos.

Para alcançar seus objetivos e poder promover as reformas que o Brasil necessita, a presidenta precisa se investir do apoio que as ruas lhe concederam e escolher nomes que transponham a boa comunicação da campanha eleitoral para o seio da administração e enfrentem de peito aberto o monopólio da mídia e o histrionismo da oposição, atualmente berrando sem receber as devidas respostas do governo.

Diferente do que Aécio e seus asseclas pensam, o povo quer e apoia o governo Dilma. Cabe a ela e o PT também compreenderem esta mensagem e agirem com o tal coração valente alardeado nas eleições e vitorioso nas urnas.

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