França corta R$ 65 bilhões em gastos públicos; é o que O Globo, Marina e Aécio querem para o Brasil

Aécio e Marina defendem proposta de O Globo de ajuste fiscal
Por Pedro Muxfeldt

Ontem, o governo francês anunciou que irá cortar 21 bilhões de euros (R$ 65 bilhões) em gastos públicos para conter a crise que assola o país e toda a Europa desde 2008. Até 2017, o corte será de 50 bilhões. Curiosamente, O Globo, em editorial, volta a martelar a necessidade de que o Brasil, independente de quem assuma o país, passe também por um ajuste nas contas públicas e diz que o governos do PT legaram uma herança maldita para o presidente de 2015, que deve ser do partido, por terem elevado os gastos públicos de 15% para 19% do PIB.

Logicamente, o jornal dos Marinho não cobra o fim do pagamento de juros da dívida, que enchem os bolsos de banqueiros e especuladores. O que eles querem é o mesmo receituário que mantém as taxas de desemprego em dois dígitos na maior parte dos países da União Europeia: corte nos gastos sociais e arrocho salarial. É o que vai acontecer na França onde as aposentadorias serão congeladas e os incentivos à natalidade reduzidos.

E adivinha quem são os dois candidatos que defendem a tese da grande imprensa na campanha eleitoral deste ano? Claro, Marina Silva e Aécio Neves.

Alexandre Rands, coordenador econômico do programa de Marina, afirmou que será necessário um "ajuste grande" para combater a inflação, que segue dentro da meta a despeito dos urubus de plantão. Já Armínio Fraga, que dispensa apresentações, falou, logo no início da campanha, que o salário mínimo estava muito alto. Ele também é o homem por trás das "medidas impopulares" que Aécio pretende implantar em seu primeiro dia como presidente.

As duas campanhas também estão de mãos dadas ao enxergar que existe um represamento de tarifas que precisa ser corrigido. Trocando em miúdos, ambos querem elevar o custo da gasolina e da conta luz.

Fica a pergunta. O que é mais estranho? Socialista tirando direitos dos cidadãos na França ou candidato prometendo aumentar preço de bens essenciais no Brasil?

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