Crime de Bolsonaro é escondido pelos jornalões de Rio e São Paulo

Jornais não deram destaque para a fala criminosa do deputado Bolsonaro
Por Pedro Muxfeldt

Um representante do povo brasileiro incita o estupro contra uma colega no plenário da Câmara dos Deputados. O acontecimento de ontem envolvendo Jair Bolsonaro e Maria do Rosário deve receber o mais veemente repúdio por parte daqueles que prezam pela democracia. Porém, em muitos setores prevaleceu um silêncio ensurdecedor.


Partidos de oposição, como PSDB, e governistas, como o PMDB, se calaram. Quem também se calou foi nossa imprensa. Com o costume de se incensar como defensora dos valores democráticos, a grande mídia não deu o menor destaque à fala criminosa do deputado carioca.


Estadão, O Globo e Folha de S. Paulo chegaram às bancas sem nenhum comentário em suas capas ou editoriais sobre o ocorrido. Nos portais, o fato também não ganhou repercussão e seus possíveis desdobramentos não foram citados.

A explicação para a atitude vil desses órgãos é simples e está nas notícias que ganharam as manchetes do trio nos últimos dias. Atualmente, os jornais só falam na Operação Lava-Jato e na mudança da meta fiscal.

Isso acontece porque a imprensa só se preocupa com quem a financia. Dessa forma, o assunto do superávit primário visa a garantir lucros cada vez mais exorbitantes para os banqueiros e grandes empresários do país.

Já o desgaste do governo federal, no bojo da campanha pelo impeachment de Dilma, aponta para o sonho dos barões da mídia de ver instalado no Planalto um governo que discuta ainda menos do que o atual uma futura regulação dos meios de comunicação e o corte de publicidade estatal nos jornalões cada vez mais dependentes deste dinheiro.

Pode esquecer democracia, direitos humanos e igualdade social. Os únicos valores que interessam à imprensa são os dos anúncios que garantem a sobrevivência do jornal e a riqueza de seus donos. O resto é conversa fiada de quem demora 50 anos para fazer um mea culpa.

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