De tanto mentir, imprensa transforma Obama e a rainha em bolivarianos

Aos olhos da mídia, um brinde à revolução bolivariana

Por Pedro Muxfeldt

Se seguirmos a lógica da grande imprensa e dos partidos de oposição, a lista de bolivarianos que golpeiam as liberdades individuais ganhou mais um nome de peso nesta segunda-feira: Barack Obama.

Em vídeo divulgado na internet, o presidente dos Estados Unidos disse defender a adoção do modelo de neutralidade da rede de computadores em seu país.

No início do ano, durante as discussões sobre o Marco Civil da Internet, a neutralidade e outras propostas foram apontadas como formas do governo federal controlar conteúdos, censurar e armazenar informações pessoais de usuários.

Em raras ocasiões, a mídia refutou estas ideias. Pelo contrário, deu espaço para que seus colunistas mais raivosos rejeitassem o Marco Civil com o mesmo discurso de risco de censura presente nas redes.

A tática, porém, não é novidade alguma. Tudo aquilo que pode representar um golpe ao discurso da grande imprensa de que regulação dos meios de comunicação (e aí entra também a internet) é o mesmo que ataque à liberdade de imprensa é sorrateiramente empurrado para o pé da página dos jornais e portais.

Há um ano, por exemplo, a Inglaterra, bem longe de rezar a cartilha de Hugo Chávez, aprovou sua Lei de Meios. A imprensa pouco falou e, quando comentou, ouviu os Marinhos e Frias de lá, que também acharam a regulação um atentado aos seus direitos.

Não se pode esperar nada diferente da grande mídia. Cada vez mais dependentes do dinheiro que o governo lhes paga em publicidade (e que não deveria pagar há anos), os barões da imprensa não vão medir esforços para interditar qualquer debate, que dirá lei, a respeito do tema.

Para enfrentá-los, é necessário a mesma atitude. Discutir o tema sempre que possível, deixar claro que a Lei de Meios deve ser prioridade para o aprofundamento da democracia no Brasil e lançar luz onde a imprensa faz sombra. Sombra tão intensa que transforma a rainha Elizabeth num Chávez de saias e Obama em agente bolivariano na Casa Branca.

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