#DesafiosDeDilma: reforma política opõe presidenta e o Congresso

Presidenta defendeu plebiscito pela reforma política em discurso

Por Pedro Muxfeldt

Em suas primeiras palavras como presidenta reeleita, Dilma defendeu a reforma política conforme organizações como a OAB e a CNBB tem defendido e colocou a proposta como uma de suas prioridades de governo.

Na sequência, o Congresso reagiu à fala de Dilma, tentando trazer para si a prerrogativa de definir os rumos da reforma e o modelo de consulta popular. É sobre a chamada 'mãe de todas as reformas' que trata a segunda parte do Desafios de Dilma.

O entrevistado é Lucas Pelissari, membro da Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Constituinte pela Reforma Política. Confira a seguir a conversa do Trocando Ideia com ele.

Dilma defendeu a reforma política em seu discurso de vitória. O que muda na campanha pela reforma com a reeleição da presidenta?

Os últimos dias já mostram a diferença dela para um governo do Aécio Neves. Ela fez questão de falar da necessidade da reforma política, na questão do plebiscito e defendeu o financiamento público de campanha. Com certeza que com a vitória de Aécio a reforma política seria barrada porque a proposta do PSDB não toca em pontos centrais para modificar o atual sistema político.

O que mais a presidenta pode fazer para conduzir a reforma política?

Acho que o governo federal e a presidenta Dilma estão fazendo a sua parte, que é pautar a reforma política. Por outro lado, está claro que ela vai sofrer resistência no Congresso, até mesmo de sua base aliada. Por isso, os movimentos sociais tem que buscar uma forma de fazer pressão sobre o Congresso e, principalmente, manter suas bases organizadas em 2015.

O Congresso defende que a reforma seja feita via referendo, após discussões na Câmara. Como você vê essa proposta?

É o que chamamos de contrarreforma política. O sistema político atual é refém do dinheiro e uma proposta vinda do Congresso não colocaria o financiamento de campanha em pauta. O Congresso defende o referendo, pois conseguiria moldar a reforma de maneira que lhe seja conveniente.

O que os movimentos sociais que lutam pela reforma política têm em pauta para os próximos meses?

Hoje acontecerão atos em São Paulo e outras capitais e devem acontecer novas manifestações durante o final de semana. O importante é buscar uma ampla mobilização, com ações que pautem a mídia e coloquem nossas propostas para o debate público.

No ano passado, as manifestações levaram milhares de pessoas às ruas. É possível promover atos daquele tamanho pela reforma política?

Em termos numéricos é sempre complicado tentar prever, mas o objetivo maior é ser capaz de fazer pressão suficiente para alterar a correlação de forças no Congresso pela reforma. Em 1988, o Congresso tinha 10% de nomes ligados à esquerda e foi possível a aprovação de uma Constituição importante em diversos aspectos. Os movimentos organizados podem fazer isso novamente.

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