E agora, Fluminense?

Fred é um dos que pode deixar o Fluminense com saída da Unimed
Por Bruno Cavalieri

Após quinze anos, a parceria entre Unimed e Fluminense chegou ao fim. Movida pela paixão do presidente da empresa, Celso Barros, a relação entre o clube e a patrocinadora fugia do tradicional. Barros tinha voz ativa nas Laranjeiras: bancava grande parte da alta folha salarial do tricolor e, consequentemente, participava da escolha de novos jogadores, treinadores e em questões políticas.


A relação debutante deixou a torcida do Fluminense mal acostumada. Enquanto os rivais estaduais penavam para montar elencos dignos, o clube verde-branco-grená quase todo ano tinha um time competitivo. Não à toa, a parceria iniciou na pior época da história do time, quando disputava a Série C do Brasileiro, e levou o Fluminense a uma de suas melhores fases.


Neste período, a sala de troféus nas Laranjeiras ganhou três Campeonatos Cariocas, uma Copa do Brasil e dois Campeonatos Brasileiros. Por uma LDU, em duas ocasiões, as inéditas taças da Libertadores e da Sul-Americana não foram conquistadas.

O que será, então, do Fluminense? Dependerá dos moldes da rescisão do patrocínio. Duas informações diferentes circulam na imprensa: a Unimed vai continuar pagando ou não os direitos imagens dos acordos já assinados? 

Presidente da empresa, Barros garante que a Unimed cumprirá os contratos em vigor, casos de Fred, Conca, Walter e Rafael Sóbis, por exemplo. Apenas com o salário desses jogadores, a Unimed faria um investimento relativamente alto no clube. Nesse cenário, não há sentido na liberação de jogadores como Fred e Conca, importantíssimos no processo de transição e reestruturação pelo qual o tricolor carioca passará. 

Ainda considerando a possibilidade de a Unimed pagar os direitos de imagem de alguns jogadores, o Fluminense também teria o espaço de patrocinador master livre.  Seria possível evitar a debandada e ter, no mínimo, um elenco razoável no próximo ano. A torcida, porém, não veria as grandes contratações dos últimos 15 anos com a mesma frequência e o time não deve brigar na parte de cima da tabela, como tem sido na maioria dos últimos anos.

Se a antiga parceira parar de pagar os direitos de imagens aos principais jogadores do elenco, 2015 será turbulento nas Laranjeiras. Por mais que consiga um novo patrocinador, seria impossível manter um elenco tão caro quanto o atual. Os principais jogadores, então, sairiam do clube e dariam lugar a apostas. Para não sofrer uma mudança tão abrupta, o Fluminense poderia continuar com alguns jogadores de alto valor, mas atrasaria o pagamento com frequência, fato comum em outros grandes do Brasil.

De qualquer forma, a situação posta é uma velha conhecida do torcedor do Fluminense. Endividado e com dificuldades para arcar com suas obrigações com o elenco, o futuro do tricolor dependerá mais uma vez de decisões tomadas por pessoas alheias à administração do clube.

Independente do que aconteça, o presidente Peter Siemsen e o restante da diretoria do Flu precisam tomar as rédeas do clube em 2015 para não ser mais refém de quem quer seja. Andar com as próprias pernas é a missão do Fluminense para o ano que vem. Não cometer os mesmos erros dos rivais, frequentemente com elencos inchados e salários exorbitantes para jogadores e técnico, é o caminho para começar a reestruturação.

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