Emprego no Brasil e na Europa; quem enfrenta a crise?

Quem enfrenta a crise de maneira decente?
Por Pedro Muxfeldt

Ontem, falei aqui sobre como a resolução do G20 a respeito do combate à crise internacional guarda forte relação com as ações do governo federal desde 2008, baseadas em manutenção do emprego e renda e aumento dos investimentos públicos.

Nesta quarta-feira, duas pesquisas, uma brasileira e outra francesa, mostram o abismo que separa o Brasil das potências europeias quando o assunto é enfrentamento da crise.

Por aqui, o IBGE revela que, mais uma vez, o desemprego alcançou a mínima histórica mensal. Já seu irmão francês, o INSEE lançou o Retrato Social da França em 2013, com dados sobre emprego em todo o Velho Continente.

Veja a diferença. No mês passado, as seis principais regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife) registraram desocupação de 4,7%, 0,5 p.p. inferior a outubro de 2013.

Além disso, a renda média do trabalhador brasileiro também segue apontando para cima. Bateu em R$ 2.122,10 contra os R$ 2.041,10 do ano passado.

Agora a Europa. Conforme mostra o estudo do INSEE (que pode ser acessado aqui), o desemprego de longa duração - ou seja, quando se passa mais de um ano sem trabalho - não param de subir desde 2008 e, em 2013, respondia por 40% da desocupação geral na França. Em números totais, 1,1 milhão de franceses procuram emprego há 12 meses ou mais.

À exceção da Alemanha e dos países nórdicos, o caso francês se reproduz com maior intensidade nas demais nações europeias. São 12 milhões de europeus em desemprego de longa duração ou 5,1% da população ativa, taxa superior à desocupação total no Brasil.

A conclusão é evidente. No mundo globalizado atual, uma crise de hipotecas nos Estados Unidos se alastra e afeta todos os países, que precisam encontrar soluções para ela. A questão é como fazê-lo.

A Europa, comandada com mão de ferro por Angela Merkel, optou por lançar o ônus da crise sobre os únicos que não são culpados, os trabalhadores assalariados, idosos e crianças. No Brasil, a história é diferente. Preservar emprego e renda é a chave para desatar o nó górdio do crescimento.

E aí, quem enfrenta a crise de maneira decente?

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