Marina inventa mais uma modalidade de refugada na campanha

Marina era contra os royalties, tornou-se a favor e volta a ser contra


Por Pedro Muxfeldt

Depois de sucessivas mudanças em seu programa de governo motivadas por pressões de apoiadores de campanha, a candidata Marina Silva inventou uma nova modalidade de refugada. A volta atrás da volta atrás.

Conforme o jornal O Dia aponta em sua edição de hoje, Marina disse ontem, em entrevista coletiva, que é favorável à redistribuição dos royalties do petróleo, o que, segundo cálculos da Secretaria de Fazendo do Rio de Janeiro, representariam perdas de R$ 27 bilhões para os fluminenses e R$ 10,5 bilhões para o Espírito Santo, estados que recebem boa parte das compensações atualmente.

"Nós defendemos a forma como a questão foi aprovada no Congresso Nacional", disse Marina. Em 2013, parlamentares decidiram pela pulverização dos lucros entre todos os estados, derrubando veto da presidenta Dilma. Vale lembrar que um dos principais defensores da medida foi Eduardo Campos, que encabeçava a chapa do PSB até sua trágica morte.

Acontece que, com a fala, Marina se desdiz. No início do mês, quando o mesmo jornal acusou a ex-senadora de defender o projeto, a sua equipe de campanha lançou nota raivosa no site da candidata afirmando que ela "jamais defendeu ou defenderá projeto para rever os contratos dos processos de exploração de petróleo em vigor", pois Rio e Espírito Santo "ependem desses recursos para alimentar suas economias".

Essa é a Marina Silva versão 2014. Equilibrando-se entre o discurso da nova política, que surfa na onda da negação da política, e a aliança com o neoliberalismo e o fundamentalismo religioso, ela vai tocando sua campanha na base da contradição e do dito pelo não dito.

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