Desde as manifestações de junho, a reforma política, tema antes restrito aos partidos de esquerda, ganhou ares de clamor popular. Dilma já sinalizou que vai tomar a mudança do sistema política-eleitoral do país como prioridade em seu novo governo. Porém, sempre fica fora dessa discussão.
Sem a democratização dos meios de comunicação, a reforma política não sai. Isso porque a imprensa hegemônica, representante maior do conservadorismo no país, quer mais é manter as estruturas de poder que lhe garantem lucros vultuosos e o direito intocável de jogar contra o Brasil.
É por isso que ao lado da reforma política também deve se tornar prioridade o enfrentamento do monopólio da mídia. A regulação dos meios será fortemente dificultada pelo Congresso e pelo lobby das grandes empresas, que vão bombardear a mentira de que uma Lei de Meios significaria censura à mídia 'independente' a cada fala de Dilma favorável à regulação.
Se a legislação dificilmente sairá do papel, cabe ao governo, aviltado pela cobertura tendenciosa que todos sabíamos e comprovada pelo Manchetômetro, fazer o que lhe cabe para diminuir a influência dos jornalões.
A política do controle remoto, que imaginava que a população abandonaria Globos e Vejas por inércia devido ao aumento da oferta de canais de TV paga e maior penetração da internet, mostrou-se falha.
É preciso agir em duas frentes nesse sentido. Primeiro, asfixiar as finanças das empresas jornalísticas. Apesar de audiências e tiragens caírem a cada ano, as principais emissoras e o Grupo Abril seguem recebendo quantias volumosas em publicidade do governo federal. Só a Globo em bolsa R$ 600 milhões anuais.
Vítima de toda a sorte de ataques por parte da grande imprensa, é obrigação governamental fechar as torneiras que abastecem seus maiores opositores.
Enquanto isso, urge o fortalecimento das TVs públicas e uma política favorável às rádios comunitárias, atualmente perseguidas duramente pela Polícia Federal. Nos demais países latino-americanos, os governos atuam para garantir cada vez mais qualidade técnica e audiência para os meios estatais. O mesmo precisa valer para cá.
A grande reforma na nossa democracia passa pelo fim do monopólio da comunicação, que impede a tomada de consciência da população e age somente guiado pelos interesses das 30 famílias que controlam a informação em nosso país.
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