Propostas de Dilma são para alargar o superlotado degrau da cidadania

Alargar o degrau é o desafio de Dilma


Por Pedro Muxfeldt

Nesta segunda-feira, o PT divulgou as linhas gerais do programa de governo da presidenta Dilma Rousseff. No texto, o partido enumera as ações e conquistas de seus 12 anos à frente do país. A constatação óbvia é de que avançamos muito no combate à desigualdade, na promoção de oportunidades e na inserção do Brasil no rol das potências mundiais.

Mas o programa também nos ajuda a compreender dois movimentos distintos vivido pela sociedade brasileira que são fruto das gestões Lula e Dilma. Para melhor entendimento, lanço mão de uma metáfora simples.

Ao enfrentar a miséria absoluta em que vivia parcela considerável da população com programas como Luz Para Todos, Bolsa Família e Brasil Sorridente, os governos do PT alçaram milhões de brasileiros a um novo patamar de cidadania, consumo e inclusão. Na metáfora, são 42 milhões de pessoas - aqueles que ascenderam à classe C - subindo um degrau.

Só que o degrau ficou pequeno para tanta gente. Dessa falta de espaço, surgem os dois movimentos. O primeiro é reacionário, elitista e exacerbou as tensões entre os interessados em conservar antigos ambientes de exclusividade e o grupo que pela primeira vez teve acesso a uma nova gama de produtos e serviços. Sua representação maior está na professora da PUC reclamando do fim do glamour nos aeroportos.

O segundo movimento, por outro lado, é progressista e popular e tem sua face mais visível nos protestos de junho do ano passado. Na raiz das manifestações está esse degrau apertado, onde os recém-chegados clamam por melhores serviços públicos, mais cidadania, mais direitos.

É o que o programa de Dilma propõe. Uma série de medidas, especialmente nas áreas de educação e infraestrutura, com vistas ao alargamento do degrau, atitude mais do que acertada contra os que querem consertar a superlotação jogando o excedente do alto da escada.

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