Indústria farmacêutica doou R$ 890 mil para senadores que liberaram inibidores de apetite

Vital e Lucia Vânia: R$ 890 mil para liberação


Por Pedro Muxfeldt

No início da semana, o Senado suspendeu decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e decidiu, após três anos de proibição, por liberar a venda de inibidores de apetite no país.

O que mais chamou a atenção no caso foi a ingerência de deputadores e senadores - o fim da proibição é um projeto do deputado Beto Albuquerque, vice de Marina Silva - sobre uma resolução técnica de órgão regulador composto por especialistas no assunto.

Com poder legal para tanto, a explicação para, subitamente, alguns políticos terem se tornado experts em medicamentos anfetamínicos está disponível a todos na internet, nas prestações de contas de campanhas de dois nomes que influíram diretamente na aprovação da proposta do pessebista gaúcho.

Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Lucia Vânia (PSDB-GO) são, respectivamente, o presidente da Comissão de Constituição de Justiça do Senado e a relatora do parecer da CCJ que acatou a medida. Ambos receberam vultuosas doações da indústria farmacêutica e de planos de saúde nas últimas campanhas.

Vital, segundo dados do TSE, arrecadou R$ 400 mil junto ao Bradesco Saúde e R$ 250 mil com o Amil Assistência em sua corrida atual ao governo da Paraíba. Já Lucia Vânia, quando concorreu ao Senado, em 2010, levou R$ 140 mil da Genéricos Geolab, R$ 30 mil da Teuto/Pfizer, R$ 20 mil da Genix, fábrica de cápsulas, R$ 20 mil da Mafra Medical e mais R$ 30 mil da Unimed do Brasil. Ao todo, R$ 240 mil.

A cara de pau da dupla vai além. No parecer assinado pelos dois percebe-se uma grande preocupação com o crescimento da obesidade na população. "A obesidade é importante fator de risco para o diabetes e para graves afecções cardiovasculares", diz o documento, que pode ser visto na íntegra aqui.

Porém, se defendem o bem-estar do povo, Vital e Lucia não se furtam em aceitar um cheque gordo de marcas de cerveja e refrigerante. A tucana, em 2010, recebeu R$ 50 mil da Schincariol. Para o pleito deste ano, o peemedebista já ganhou R$ 660 mil da Londrina Bebidas, subsidiária da Ambev, e R$ 500 mil da Coca-Cola Brasil.

Com um punhado de parlamentares na mão, a indústria farmacêutica agora se prepara para voltar a faturar milhões com o comércio dos inibidores, pondo seus consumidores em risco. Vital e Lucia não vão se compadecer?

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13 comentários:

  1. Tá, mas pq vc não colocou o nome do(s) laboratório(s) que fez a doação? Não acredito nisso não, pq pressão houve sim, mas de milhares de obesos que ficaram sem tratamento com a proibição dos remédios. E a Anvisa, que possivelmente está metida em corrupção com essa proibição, ninguém "investiga" nada??

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    1. Não acredito ser verdade. Como endocrinologista AFIRMO que a maior parte das medicações eram manipuladas. Isso pode ser retaliação da ANVISA para desmerecer os Senadores. Essas medicações são ótimas para ajudar na perda de peso. Prescrevi os inibidores por 30 anos e NUNCA houve NENHUM problema com paciente nenhum, assim como não houve com outros colegas que também prescreveram as medicações. A decisão da Anvisa foi arbitrária. Eles sim devem estar levando algo, pq a resistência para liberar os inibidores é muito grande. Os especialistas da ABRAN e da ABESO, que são altamente capacitados, afirmam que as medicações, desde que prescritas e controladas rigorosamente, são muito benéficas para o o tratamento da obesidade. Essa reportagem aí é extremamente duvidosa. O Senado aprovou pq os pacientes, a ABESO e ABRAN fizeram pressão, aliás os parlamentares foram eleitos para proteger os nossos interesses e não da ANVISA...

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    2. Tataleoa, o nome dos laboratórios e outras empresas que doaram à dupla de senadores está no texto.

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    3. Mas foi em 2010, qdo ambos estavam concorrendo ao Senado. Nessa época, os inibidores nem estavam proibidos! Meu amigo, essa história é bem diferente do que muita gente está especulando. Procure se informar melhor. Se vc quiser, posso te mandar um release que redigi, com o apoio e colaboração da Abran, sobre o que realmente ocorreu!

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  2. Pensando que mais de 55% dos imibidores vendidos eram de farmácia de manipulação e que nenhuma indústria se mostrou disposta a querer comercializar novamente, quem jogaria $$ pela janela?

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  3. Não acredito ser verdade. Como endocrinologista AFIRMO que a maior parte das medicações eram manipuladas. Isso pode ser retaliação da ANVISA para desmerecer os Senadores. Essas medicações são ótimas para ajudar na perda de peso. Prescrevi os inibidores por 30 anos e NUNCA houve NENHUM problema com paciente nenhum, assim como não houve com outros colegas que também prescreveram as medicações. A decisão da Anvisa foi arbitrária. Eles sim devem estar levando algo, pq a resistência para liberar os inibidores é muito grande. Os especialistas da ABRAN e da ABESO, que são altamente capacitados, afirmam que as medicações, desde que prescritas e controladas rigorosamente, são muito benéficas para o o tratamento da obesidade. Essa reportagem aí é extremamente duvidosa. O Senado aprovou pq os pacientes, a ABESO e ABRAN fizeram pressão, aliás os parlamentares foram eleitos para proteger os nossos interesses e não da ANVISA...

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    1. Caro Dr Nelson, A ANVISA certamente deve estar sendo "arbitrária", pois a maioria de seus colaboradores são especialista em medicamentos da área farmacêutica e não médicos. Saiba que o Brasil era o maior consumidor mundial de derivados anfetamínicos, de acordo com OMS, antes da proibição. De onde o senhor acha que vem a matéria prima para fazer os manipulados que o senhor receita? Da horta da vovó? E por experiência de mercado, os medicamentos industrializados dessa categoria, vendem muito e dão bilhões de lucro às indústrias farmacêuticas. E receita para emagrecer na maioria dos casos, todo mundo está careca de saber, " boca fechada e exercício físico", a maioria da população morre de preguiça e não possui força de vontade. E quem emagrece a poder de medicamentos dessa categoria sofrem o chamado efeito sanfona, tornam dependentes dessas drogas e correm sério risco de obterem transtornos psciquiátricos . Sem mais.

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    2. E mais, endocrinologista obeso tem aos montes, agora educador físico obeso é raro. Me digam qual a melhor forma para emagrecer, mantendo-se saudável?

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  4. Você esqueceu de um detalhe importante, mencionar que existem milhares de pessoas que estão sem nenhuma opção de tratamento sem esses remédios, os obesos.
    Esqueceu de se informar que a três anos essas pessoas estão lutando para que esses medicamentos voltem, usando apenas os parcos recursos que dispõe para serem ouvidas.
    Através de um sem fim de 0800, e-mail, twitters, cartas. Esmolamos a cada Senador, Deputado, qualquer um que pudesse nos ajudar!
    Por algum milagre, por que não é comum nem usual neste Pais, o povo ser ouvido. Tivemos nossa causa atendida na forma de um Projeto de Lei.

    Acompanhamos passo a passo o lento trâmite em cada um de seus estágios temos feito isso nesses últimos três anos.
    Finalmente no dia 02 de setembro deste ano, depois de atolarmos os links do Legislativo com pedidos que este projeto entrasse na pauta, os Senadores citados e mais tantos outros pediram com insistência a votação da matéria e foram atendidos.

    O Senado votou e aprovou, pela quase unanimidade dos Senadores, não por receberem dinheiro e sim pela insistência de uma população de milhões de obesos que lutam não apenas para afinar a cintura e sim pelas próprias vidas.

    Me lembro que o Senador do PT Humberto Costa disse em seu discurso alguns jargões e frases que foram usados nesta matéria do blog.
    Porém está longe de acabar nosso sofrimento, já que a ANVISA resolveu complicar e solicitar mais estudos e experimentos, em medicamentos que existem a décadas e sempre foram usados com sucesso para tratar a obesidade, se não surtissem efeitos essas milhares, milhões de pessoas não estariam se importando com a volta deles.
    Também foram usados de modo indiscriminado e descontrolado pelos mais estranhos motivos e fins, por quem não precisava deles, por ser ineficiente no controle a ANVISA optou pelo caminho mais fácil e mais cômodo. Proibir.
    Está proibição foi feita, sem levar em conta a opinião de entidades como a ABRAN e ABESO, nem tampouco as solicitações de varias classes médicas, ao contrario do que foi dito acima no blog que, usando as exatas palavras ditas pelo Senador Humberto Costa, na ocasião de sua apresentação contraria a aprovação.

    A ANVISA deve estar sendo hiperprotegida pelo governo PT. Já que seu Diretor simplesmente se recusa a cumprir a lei, ofende Senadores, toma posição de onipotente, desafia o Senado Federal e nada acontece.
    Isto me leva a pensar que ouve sim $$$ envolvido e muito, mas para que estes remédios fossem proibidos; E não liberados.
    Os obesos tem sido tratados pela mídia e até por alguns médicos, como sendo pessoas preguiçosas, e sem força de vontade.
    Não bastasse o fato de já sofrerem com todos os males causados por uma doença crônica como a obesidade, a mídia tenta passar a imagem de que obesos são viciados. Comparados a usuários de crack e cocaína, alias para estes o governo tem dado um grande apoio.
    Depois de tanto sofrimento as pessoas que tentaram nos ajudar são acusadas de receberem dinheiro de Laboratórios para que a liberação fosse feita.

    Quais foram os laboratórios que pagaram pela volta dos remédios?? Não há esta informação aqui.

    Os laboratórios foram enfáticos em dizer que não tem nenhum interesse em voltar a produzir esses medicamentos novamente, o que faz o discurso do Senador Humberto Campos, afirmando terem os laboratório lobby para forçar a liberação dos medicamentos.

    Também é dito aqui que os laboratórios não identificados pagaram uma boa quantia pela liberação destes medicamentos, indo de encontro a afirmação dita na imprensa que nenhum ainda se mostrou disposto a voltar a fabricar o produto.

    O que me leva a pensar que ou os laboratórios gostam de jogar dinheiro fora!

    Porém além da imprensa de rabo preso alguém mais deve ter recebido sim um certo "incentivo" para escrever essas coisas, sem sequer saber detalhes.

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  5. Fico chateada com psedo repórteres que nao fazem seu dever de casa, limitam-se a repetir um blablabla sem nenhuma investigaçao séria. Sou a favor da reportagem responsável, feita mediante investigaçao e estudos. O que vi nesse artigo é simplesmente um monte de informaçao sem pé nem cabeça, sem o menor respaldo técnico (assim como a decisao da ANVISA). Pra começar comece estudando o que é a ANVISA, como foi criada e quem a compõe. Depois dê uma analisada na resoluçao 52/2011 em si...que foi editada sem considerar a opiniao da UNANIMIDADE de médicos que lidam com a obesidade. Depois dê uma passadinha nos sites de orgaos sérios como ABRAN, ABESO, SBEM (procure o que significa no google)...e depois assista aos videos dos discursos dos senadores citados por vc. Todos eles citaram o clamor publico que receberam por conta da proibiçao dos anorexigenos. CLAMOR PUBLICO e nao clamor da industria farmaceutica...que diga-se de passagem, até o momento nao manifestou o menor interesse em voltar a produzir esses medicamentos...o que faz cair por terra essas suas informaçoes. Depois q estudar tudo isso...aí sim, faça um artigo decente como um jornalista de verdade!

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  6. Fomos nós milhões de obesos que se humilharam dia e noite para que os políticos nos devolvessem o direito a um tratamento digno, foi muita pressão em cima do Congresso para corrigir essa proibição dos inibidores de apetite pela Anvisa , há muita discriminação pela imprensa ao assunto , a tal preocupação da Anvisa em manter proibido é politiqueiro usado argumentos mentirosos que foram desmentido por especialistas da área, acordem imprensa a verdade tem que ser dita !

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  7. Vc esqueceu tbem de dizer q a anvisa foi contra todos especialistas em obesidade,cfm instituições como abeso,abran pacientes q imploram para viver mais e com dignidade e qualidade de vida. Dep.e senadores sabem disso. Afirmo q qto aos anorexigenos nd devem mas devolveram o q snvisa irresponsável tirou. Pt unidos para matar.obesidade não é só estética r doença e deve ser cuidados por médicos. Não por leigos.

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  8. como queria que fosse verdade o envolvimento de lobby na liberação e olha que solicitamos as indústrias , mas como é um medicamento barato e a patente quebrada nenhuma indústria se manifestou em voltar a comercializar e não vão !

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