Nossa elite vive em dessintonia com os problemas do país

Enquanto cubanos atendem o povo, elite reclama da presença deles no país


Por Pedro Muxfeldt

Ontem, compartilhei aqui a bela reportagem de Mariana Lazari, do jornal O Povo, de Fortaleza, sobre a presença, há um ano, de sete médicos cubanos na cidade de Reruitaba, no interior do Ceará. As mudanças são gritantes, com a população mais assistida e satisfeita com os profissionais que chegaram.

A imagem pintada na matéria, aliás, contrasta com outra, de 2013, também ocorrida no estado do Ceará. Foi ali, no Aeroporto de Fortaleza, que o cubano Juan Melquíades Delgado foi hostilizado por médicos brasileiros insatisfeitos com o Mais Médicos.

Lado a lado, as duas cenas - um médico cubano atendendo um bebê e outro sendo vaiado por seus colegas de trabalho brasileiros - mostram a dessintonia de nossa elite com a realidade do país.

Onde se vê atenção aos mais pobres, ela enxerga propaganda eleitoral e infiltração comunista. Onde se vê distribuição de renda, ela enxerga o sustento de um batalhão de desocupados.

E depois, quando essa população vai às urnas e em massa apoia a manutenção do atual governo no poder, a elite, em sua cegueira, afirma que a votação foi comprada pelos benefícios. Erram de novo. A votação foi conquistada sem favorecimentos, apenas com a garantia dos direitos mais elementares àqueles que sempre tiveram sua cidadania negada.

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