O segundo mandato já começou e é hora de agir

Dilma e o governo precisam responder investidas da oposição
Por Pedro Muxfeldt

Menos de duas semanas depois das eleições presidenciais, um estrangeiro que acompanhasse o noticiário brasileiro teria a impressão de que Aécio foi o vencedor do pleito. A situação não se explica apenas pelo apoio cada vez mais descarado da mídia à oposição, que deu ares de evento da vitória ao retorno do senador ao Congresso Nacional no início da semana.

Desde que Dilma foi confirmada como presidenta até 2018, são seus opositores - tucanos, mercado e mídia - que dão as cartas e monopolizam o debate público. Ao governo, até o momento restou responder acusações e medidas como o aumento do preço da gasolina.

Até mesmo nas ruas, o campo da esquerda, que arrastou multidões durante a campanha, anda em baixa desde a consagradora vitória em 26 de outubro. Enquanto a caminhada pelo surreal impeachment de Dilma levou cerca de mil pessoas à Avenida Paulista, o vão do Masp recebeu menos de 500 em ato pela reforma política via Constituinte Exclusiva.

Nessas duas semanas, só se falou PEC da Bengala, acordos na CPI da Petrobrás, aumento de juros, gasolina e luz e eleição para a presidência da Câmara. Todos temas que desgastam o governo.

É necessário tomar consciência de que o segundo mandato já começou e o debate, desde já, tem que ser comandado por Dilma. Numa metáfora futebolística, o governo precisa forçar o adversário a jogar no seu ritmo. Para isso, deve-se colocar na mesa a questão da reforma política, que sumiu do noticiário em questão de dias, e demais mudanças estruturais que serão postas em prática a partir de agora.

A tática da oposição já está dada. Sempre escorada na grande imprensa, forçar o governo a tomar as medidas econômicas propostas por ela e desmoralizá-lo frente à população com "escândalos" e afins. Resta saber qual (e quando) será a postura do governo. Medrosa, à espera das investidas do ataque rival, ou corajosa, se lançando de peito aberto ao embate de ideias e propostas, como fez durante a campanha?

Acompanhe o Trocando Ideia também no Facebook.

Nenhum comentário:

Postar um comentário