O show dos presidentes da América Latina na assembleia da ONU

Evo, Maduro, Dilma, Cristina e Bachelet cobraram paz e igualdade


Por Pedro Muxfeldt

Um dos lemas do partido de Oceânia, a sociedade distópica do livro 1984, de George Orwell, é 'Guerra é Paz'. A frase parece guiar também as nações desenvolvidas de nossos tempos. Ontem, na abertura da Assembleia Geral das ONU, o presidente norte-americano Barack Obama pediu apoio internacional aos ataques do país impetrados contra o Estado Islâmico, na Síria, como garantia da paz no Oriente Médio.

A lógica surreal de produzir guerras para alcançar a paz vem sendo aplicada à exaustão pelos Estados Unidos desde a ocupação do Afeganistão - para não falar de tudo feito antes disso. Ações no Iraque, Paquistão, Líbia e Síria levaram à morte de milhares de inocentes e não diminuíram a crise no mundo árabe. Mesmo assim, o rei Felipe da Espanha, François Hollande, da França, e David Cameron, do Reino Unido, acompanharam Obama em seus discursos perante as Nações Unidas.

Houve vozes, porém, que se levantaram contra mais uma ação tresloucada das grandes potências. E elas vieram justamente deste torrão amado que é a América Latina. Em falas contundentes e que não rezaram a cartilha imperialista, os líderes latino-americanos exigiram um modelo de busca da paz diferente do atual.

Requisitaram o reconhecimento do Estado palestino, a mediação internacional de conflitos na Ucrânia, Síria, Sudão do Sul, entre outros, uma reforma profunda nos mecanismos decisórios da ONU, que garanta igualdade de condições entre os países, e o engajamento mundial na luta contra a pobreza e a concentração de renda.

São essas as lutas que unem a nós, irmãos latino-americanos, no sonho de liberdade e independência. Foram elas que nos conduziram ao projeto de união experimentado com a Celac, que acabaram com o analfabetismo na Bolívia, com a fome no Brasil. Serão elas que nos guiarão para o avanço social e econômico da região, para a conquista do protagonismo mundial devido.

Todos esses objetivos foram resumidos numa frase da presidenta argentina Cristina Kirchner, rechaço perfeito ao lema orwelliano que Obama tomou para si, "vamos trabalhar pela paz, não se combate o terrorismo fazendo soar os tambores da guerra". É isso o que nós queremos.

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