Onde vale ficar de olho durante a apuração dos votos?

Arrancadas, vexames e disputas podem marcar eleições de amanhã

Por Pedro Muxfeldt

Faltando um dia para a abertura das urnas, muita água ainda pode passar por baixo da ponte das eleições. Assim, o Trocando Ideia separou algumas disputas em aberto que podem alterar o equilíbrio de forças da política nacional a partir de 2015 e que valem a atenção de quem vai ficar com o olho grudado na TV e no computador depois das 17h de amanhã. Confira.

As arrancadas petistas

Desde o início da campanha, o PT assumiu a liderança em quatro estados (Acre, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Piauí) e por longas semanas parecia estacando nas disputas restantes. As duas últimas semanas, porém, viram arrancadas de diferentes intensidades nas campanhas petistas. No Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro deixou Ana Amélia para trás e assumiu o favoritismo para o segundo turno. No Ceará e na Bahia, Camilo Santana e Rui Costa cresceram muito e também ganharam força para a rodada final. Já no Rio de Janeiro, Lindberg ainda é o azarão numa disputa que, por outro lado, parecia sem chance de mudança há 15 dias. Vale ficar de olho. Quatro estados seria fracasso para o PT. Chegar a oito será uma grande demonstração dos governistas.

PMDB apertado para o Senado

A disputa para uma cadeira no Senado está aberta em seis estados. Em quatro destes, o candidato do PMDB está ameaçado de não levar. Dono da maior bancada da Câmara Alta, o partido se vale de seu peso no Legislativo para negociar cargos junto ao governo federal, seja ele qual for. A hegemonia não está sob risco, mas pode encolher. Na Bahia, Geddel Vieira Lima tenta conter subida de Otto Alencar (PSD). No Maranhão, Gastão Vieira, afilhado de Sarney, está empatado com Roberto Rocha (PSB). O embate dos partidos se repete em Santa Catarina: Dário Berger x Paulo Bornhausen (PSB). Por fim, Gilvan Borges viu David Alcolumbre (DEM) crescer em seu retrovisor no Amapá.

Caciques derrotados

Vá lá que Renan Filho, Tasso Jereissati e Fernando Collor estejam praticamente eleitos, mas este pleito pode ser marcado por derrotas importantes para alguns clãs da política nacional. No Maranhão, além de Gastão para o Senado, Lobão Filho, a despeito de fazer uma das campanhas mais sujas do país, caminha para perder no primeiro turno para Flávio Dino (PCdoB). Cheiro de dupla derrota dos Sarney no estado. Já no Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), tem 50% dos votos válidos. Se não fechar amanhã, corre sério risco no segundo turno. Seria a primeira vez desde 1971 que o político ficaria sem cargo.

Minas e o futuro do PSDB

Governador e senador estão fechados em Minas. Fernando Pimentel vai dar o governo ao PT pela primeira vez na história. Já o governador Antonio Anastasia (PSDB) leva a disputa para o Senado. Porém, é a eleição presidencial que ganha peso nas Gerais. Reduto de Aécio, o estado deve dar mais de 40% dos seus votos para Dilma. O resultado em Minas pode sacramentar o fim dos tucanos como força política nacional. Além de perder onde afirmar ter 80% de aprovação, Aécio precisa dos mineiros para conseguir chegar ao segundo turno. Ficar fora e perder pela quarta vez seguida as presidenciais será o golpe de misericórdia no PSDB.

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