Financiamento privado de campanha é a causa dos males da política

Boas escolhas só virão com povo bem informado e campanhas iguais


Por Pedro Muxfeldt

Ontem, este blog revelou que dois senadores que atuaram diretamente na liberação da venda dos inibidores do apetite receberam ao todo R$ 890 mil de farmacêuticas e planos de saúde em suas campanhas de 2010 e 2014.

Na raiz do problema, mais do que uma reclamação difusa contra a corrupção, mal generalizado no corpo da política nacional, está a possibilidade de empresas bancarem as candidaturas através de doações.

Na verdade, tais donativos não correspondem a preferências partidárias deste ou daquele empresário, mas sim a uma forma de investimento de setores como o agronegócio, a indústria de bebidas e a construção civil para a manutenção de ganhos e privilégios.

Nas eleições para o Executivo, a situação fica ainda mais evidente ao constatarmos que muitos grupos empresariais dão grandes quantias a todos os concorrentes, situados em qual parte for do espectro político.

É por isso que entre todas as bandeiras levantadas pelos que querem uma reforma política que desenvolva nossa democracia a luta pelo fim do financiamento privado de campanha precisa ser central. Só assim vamos retirar o poder econômico da equação eleitoral e aprofundaremos o debate de ideias para o Brasil.

Demonizando a classe política diariamente divulgado escândalos de corrupção que muitas vezes geram mais manchetes do que provas, nossa mídia também tem papel crucial nessa assimetria já que ela mesma faz lobby no Congresso para travar qualquer discussão sobre a democratização dos meios.

Assim, é urgente também que o país discuta a formulação de uma lei de meios nos moldes da realizada pela Argentina para quebre o monopólio da informação impetrado pelos grupos Globo, Folha e Abril, que despolitiza o debate e pauta a agenda pública sempre sob um viés reacionário.

Apenas com essas duas reformas - a política e a das comunicações - é que construiremos um Brasil verdadeiramente democrático onde o povo, bem informado, poderá escolher os representantes que defendam os seus reais interesses.

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3 comentários:

  1. No texto que vc publicou sobre a doação de 890 mil para 2 senadores, você não revela nada. Só insinua! E isso é crime, sabia senhor jornalista? Acusar sem provar! Vc apenas menciona que os senadores Lucia Vania e Vital do Rego recebem o tal cheque, mas de quem? Quando? Onde? Tem foto, gravação, documento assinado, informação de algum órgão policial? CUIDADO senhor estagiário. Não coloque o carro diante dos bois!! Jornalismo é coisa séria!!

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    1. Tataleoa, não é necessário foto, gravação ou informação de órgão policial para atestar o montante doado aos senadores Vital do Rêgo e Lucia Vania. Basta acessar o site do TSE e verificar a prestação de contas de campanhas dos dois. Dele, nestas eleições. Dela, nas eleições de 2010. Veja você mesmo em tse.jus.br

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  2. Cara vc não sabe de nada e se teve doação dessas empresas citadas o que tem a ver com os inibidores de apetite? Para mim você é um mandado do PT que sim se beneficiaram com essa proibição !
    Fomos nós milhões de obesos que se humilharam dia e noite para que os políticos nos devolvessem o direito a um tratamento digno, foi muita pressão em cima do Congresso para corrigir essa proibição dos inibidores de apetite pela Anvisa , há muita discriminação pela imprensa ao assunto , a tal preocupação da Anvisa em manter proibido é politiqueiro usado argumentos mentirosos que foram desmentido por especialistas da área, acorda imprensa a verdade tem que ser dita !

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