Os três Ps que devem nortear a campanha de Dilma contra Aécio

Lula, Dilma e PT devem buscar politizar o debate contra os tucanos

Por Pedro Muxfeldt

É chegada a hora da decisão. Depois das bravatas de Levy, do destaque de Luciana e do fracasso de Marina, a disputa presidencial vai para o segundo turno novamente entre PT e PSDB. A expectativa não cumprida de vencer na primeira volta e os 33% conquistados por Aécio abalaram o moral de alguns governistas, mas o momento pede cautela e disposição para combater a nova investida da direita neoliberal.

E a ação petista - ou melhor, de todos aqueles que lutam por justiça social - deve se basear em três pilares. São três Ps que devem nortear a campanha daqui até o 26 de outubro: polarizar, politizar e polemizar.

É preciso polarizar a disputa, mostrando que PT e PSDB, muito longe do discurso vazio de que 'político é tudo igual', representam projetos de poder situados em campos opostos. Deve-se apresentar os avanços do país nos últimos 12 anos como a superação da fome e da miséria, o aumento do emprego e da renda, a política externa soberana e deixar claro como estas conquistas são fruto da vontade política do PT e não de uma pseudoestabilidade econômica legada por Fernando Henrique, que nos quebrou três vezes.

O segundo P é a politização, que não deve ser confundida com o ponto anterior. Politizar o debate é atacar a linha programática defendida por Aécio, não se resumir à mera comparação entre os governos FHC e Lula-Dilma. É explicitar os reais interesses por trás de propostas como a promessa de elevar a produtividade na indústria, senha tucana para a supressão de direitos dos trabalhadores. O PT andava adormecido nesse quesito há tempos, mas reagiu bem à onda Marina. A resposta à ideia de independência do BC da ex-senadora é o exemplo a ser seguido para o segundo turno.

Por fim, o último e mais importante P é a polêmica. A explicação perfeita está lá no alto do Tijolaço, de Fernando Brito: 'A política, sem polêmica, é a arma das elites'. Em épocas de eleição, com os obuses da mídia todos apontados para o PT, a polêmica se faz ainda mais necessária. É preciso sair da arquibancada, tirar a oposição da dela e trazer o embate político para dentro de campo.

Sem meias palavras, é hora de colar em Aécio a pecha de playboy que governou Minas da praia do Leblon - Brizola, sopre em nossos ouvidos o apelido definitivo! -, de privata tucano, de autor de 'medidas impopulares'. Lembremos à exaustão o aeroporto de Cláudio e de Armínio falando que o salário mínimo cresceu demais. Nada de discursos dóceis perante acusações da imprensa. Agora é hora de cabeça em pé e peito aberto.

A polarização dos projetos, a politização do debate e a polêmica no enfrentamento. Eis as armas para se disputar (e vencer) uma eleição que vai definir se trilharemos o caminho do avanço ou do retrocesso nos quatro anos que virão.

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