Os vencedores e os perdedores das eleições 2014

Aécio e Dino têm motivos para rir enquanto Marina e Garotinho se explicam

Por Pedro Muxfeldt

A campanha eleitoral mais cheia de reviravoltas dos últimos tempos merecia a apuração repleta de viradas e surpresas deste domingo. Com segundo turno entre Dilma e Aécio definido na disputa presidencial e 12 estados com governadores eleitos na primeira volta, é hora de avaliar quem saiu vitorioso do pleito e quem vai precisar encontrar razões para as derrotas.

Os vencedores

Aécio Neves

Desacreditado há duas semanas, o tucano renasceu das cinzas, ultrapassou Marina e alcançou um terço dos votos atrás de uma vitória expressiva em São Paulo. Motivado pelo segundo turno que parecia improvável, o candidato inicia o segundo turno com boas perspectivas, ainda mais por conta do iminente apoio de Marina. Por outro lado, precisará reverter grandes vantagens de Dilma no Nordeste e conseguir votos em Minas para almejar destronar a petista daqui a três semanas.

Flávio Dino (e o Maranhão)

O primeiro governador eleito pelo PCdoB fez história ao bater Lobão Filho e o clã Sarney. Sempre na frente ao longo da campanha, Dino teve que enfrentar artilharia pesada dos adversários e seus canais de televisão. Em entrevista na afiliada da Globo, teve que responder até se implantaria o comunismo no estado. Mais que comemorar, o governador precisa abrir o olho. Em 2007, Jackson Lago venceu Roseana e acabou cassado dois anos depois. Os ataques de Sarney e companhia continuarão sem cessar.

Fernando Pimentel

Se Flávio Dino expurgou os Sarney, Fernando Pimentel colocou ponto final na hegemonia dos Neves em Minas Gerais e leva o PT ao governo do estado pela primeira vez. A vitória maiúscula torna Pimentel o principal governador petista - o partido ganhou em três estados e está no segundo em outros quatro - e figura de proa na campanha de Dilma no segundo turno. Uma nova votação expressiva nas Gerais é o que a presidenta precisa para desbancar Aécio.

Os perdedores

Marina Silva

A terceira via de Marina naufragou pela segunda vez. Depois de liderar as pesquisas no início de setembro, a candidata não resistiu a um mês de fogo intenso de Dilma e Aécio e às contradições expostas nos recuos no programa de governo. Perdida entre o discurso do novo e as práticas tradicionais, a pessebista fechou o pleito próximo ao percentual de 2010, mas com jeito de derrotada. Resta a ela a aliança com o PSDB, que vai deixar ainda mais claro do que se trata a tal "nova política".

Anthony Garotinho

O ex-governador do Rio até pouco tempo atrás parecia capaz de se eleger no primeiro turno. Com as urnas apuradas, Garotinho ficou fora inclusive do segundo turno, que será disputado entre Pezão e Crivella. Junto à candidatura, fracassa a retomada de projeto de poder do deputado, que almejava lançar sua filha Clarissa, que vai lhe fazer companhia em Brasília, para a prefeitura em 2016 para sair novamente candidato a presidente dois anos depois.

Ana Amélia Lemos

Outra história de derretimento destas eleições. Líder de intenções de voto no Rio Grande do Sul, a senadora do PP caiu nos últimos dias e viu o avanço consistente de José Ivo Sartori (PMDB) ameaçar sua vaga no segundo turno. Dito e feito. Visto como mais capaz de derrotar Tarso Genro, Sartori terminou a apuração numa imprevista liderança e deixou a jornalista da RBS de mãos abanando com seus míseros 22%.

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