Sucesso do futebol de Santa Catarina foi sem querer querendo

Chapecoense fez bonito no Brasileiro e se manteve na elite do futebol
Por Bruno Cavalieri 

Desfalcado por pelo menos um dos doze grandes e com apenas um time do Nordeste garantido, o Campeonato Brasileiro de 2015 será especial para o estado de Santa Catarina. Se não perder a quarta posição da Série B nos tribunais, o Avaí fará companhia a três rivais regionais na elite do futebol no ano que vem: Figueirense, Chapecoense e Joinville. A possibilidade de quatro equipes catarinenses disputarem a Série A, inédita até aqui, gera um questionamento: por que o sucesso repentino do estado no futebol?


Em comum, os quatro clubes estão em dia com seus jogadores e investiram em centros de treinamentos. Os elencos são formados por jogadores desconhecidos ou por veteranos que não têm mais oportunidades nos grandes. No Avaí, por exemplo, dois velhos conhecidos da torcida voltaram ao Leão e fizeram parte do elenco que conquistou o acesso neste ano: o volante Eduardo Costa, com passagens por São Paulo e Vasco, e o meia Marquinhos, que já atuou por Santos e Grêmio.


Estreante nos pontos corridos, a Chapecoense teve campanha digna. Goleou Internacional e Fluminense, fugiu da degola e empurrou, por exemplo, o tradicional Botafogo para a zona de rebaixamento. Jogadores pouco conhecidos, como o lateral Fabiano e o volante Bruno Silva, se valorizaram e, agora, despertam o interesse de times grandes.

Além disso, a rivalidade é outro fator responsável pela ascensão do futebol catarinense. Em condições normais, o Criciúma disputaria a Série B sem grandes cobranças. A lanterna da Série A, porém, ganhará mais dimensão e aumentará as cobranças em 2015, quando assistirá aos rivais na elite do futebol. A disputa regional tira os clubes de um possível comodismo e exige mais seriedade no planejamento.

Vale ressaltar também que a mesma fórmula se repete, de forma bem sucedida, com Coritiba e Atlético-PR. O primeiro disputará a quinta edição seguida da Série A e foi finalista da Copa do Brasil duas vezes nos últimos anos. O Furacão, por sua vez, ficou fora da elite em apenas uma edição desde 1996.

Com histórias pouco conhecidas, assim como Catarina, a santa que dá nome ao estado, os cinco times dão ponto de partida a um momento que pode ser histórico para os torcedores de seus clubes. Aproveitando a grave crise enfrentada por alguns dos gigantes de nosso futebol, os modestos times de Santa Catarina viraram os coadjuvantes protagonistas do Campeonato Brasileiro de 2015.

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