Marina sepulta a nova política. Que nova política?

Nova política de Marina Silva é com o retrocesso tucano

Por Pedro Muxfeldt

A nova política de Marina Silva consegue feitos realmente nunca antes imaginados. Líder da Rede Sustentabilidade, partido que ela tentou criar no ano passado, a ex-candidata anunciou ontem apoio formal a Aécio Neves no segundo turno. O cenário, que vinha se desenhando desde a confirmação de sua derrota nas urnas para o tucano, confirma o racha no grupo. Membros da Executiva Nacional da Rede afirmam em nota que "ser parte da polarização PT x PSDB é sepultar a luta por uma nova política".

Há um erro na frase. Não há sepultamento da nova política porque, ao menos com Marina, não havia novidade alguma. Durante sua curta campanha, a candidata lançou mão de uma retórica envernizada e o mesmo moralismo sem propostas contra a corrupção dos tucanos para alardear ser o novo nas eleições.

Agora, após o simulacro de Aécio em se comprometer com causas de Marina - alguém acredita nas intenções do senador em fazer a reforma agrária e demarcar terras indígenas? -, ela dá seu voto ao PSDB.

Aqui vale a mesma lógica da aliança de Eduardo Jorge e do PV com a candidatura de oposição. Não existe decepção ou surpresa com sua decisão. Marina é a direita pintada de verde. Seu programa de governo era idêntico ao de Aécio em muitos pontos.

Economia: ajustes fiscais e cortes nos gastos públicos. Pré-sal: entrega do potencial de geração de divisas ao capital externo. Bancos públicos: redução do volume de créditos que sustenta a política habitacional e a agricultura. Política externa: realinhamento aos Estados Unidos e fim da prioridade à integração latino-americana.

As cartas já estavam postas. Só os "sonháticos" da Rede acreditaram que Marina não era parte da polarização PT-PSDB. E com lado definido há tempos.

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