Nas urnas, o Rio de Janeiro entre a catástrofe e a esperança

Arrancada de Lindberg ou Tarcísio seria redenção do Rio de Janeiro

Por Pedro Muxfeldt

Quando, ali por volta das 22h, os votos já tiverem praticamente todos apurados, o estado do Rio de Janeiro conviverá com um de dois sentimentos opostos. Ou a esquerda fluminense estará com gosto de fel na boca por ver um segundo turno entre o governador Pezão e Anthony Garotinho (ou Crivella, que cresceu nas últimas pesquisas) ou terá suas esperanças renovadas pela arrancada redentora de Lindberg ou Tarcísio Motta e chegará com força para a votação do final do mês.

Tudo indica que a primeira opção é a que vai se concretizar. Apesar de estarem subindo nas sondagens, os votos de quem não quer ver Pezão e Garotinho disputando o Palácio Guanabara tendem a se diluir entre as duas candidaturas progressistas, o que pode gerar um quadro ainda mais desolador. Ver a soma de votos da dupla ser suficiente para chegar ao segundo turno e estarem ambos de fora.

Na raiz desse problema, está a cisão da esquerda no estado. Querendo se manter fiel à sua linha programática, o PSOL recusa coligações - que vêm acompanhadas de concessões - e acaba ficando sem chances de vencer as disputas. Por sua vez, o PT, pragmático até demais, apoia, a nível nacional, os quatro principais concorrentes ao governo, ficando impedido de fazer campanha aberta ao candidato de sua legenda, que sai enfraquecido ao não ter Dilma em seu programa de televisão.

Ainda assim, uma arrancada é possível, basta lembrar que Fernando Haddad, há dois anos, estava muito atrás de José Serra e Celso Russomano dias antes da eleição para a Prefeitura de São Paulo e conseguiu chegar ao segundo turno. É em exemplos como esse que devemos nos agarrar na hora de votar.

Independente do que aconteça, o certo é que a voz das urnas soprará nos ouvidos fluminenses uma notícia que vai reverberar por longos anos. Resta saber se para o bem ou para o mal.

Acompanhe o Trocando Ideia também no Facebook.