Dilma sobre Marina: 'Eu é que estou colocando medo?'

Dilma expôs efeitos de propostas de Marina Silva


Por Pedro Muxfeldt

Tal como um jogador do qual a torcida muito espera, Dilma teve sua grande exibição nesta campanha na entrevista concedida ao Bom Dia Brasil, da Rede Globo. Em 30 minutos, a presidenta foi firme, não se deixou ser interrompida pelos apresentadores e, na melhor da parte, demarcou com clareza as diferenças entre suas ideias e a da candidata Marina Silva.

Quando perguntada sobre a suposta campanha do medo utilizada na propaganda do PT, Dilma, além de citar o pré-sal e a independência do BC, tocou num ponto crucial: o uso dos bancos público, lembrando que Marina, na página 60 de seu programa de governo, programa de governo, Marina promete elevar a participação das instituições financeiras privadas no subsídio à agricultura e à habitação popular.

Só há duas consequências possíveis para essa proposta. Ou ela será implementada e veremos um endividamento galopante das camadas mais pobres da população e consequente retração das ações governamentais no setor com empobrecimento no campo e aumento do déficit habitacional nas cidades ou o governo será obrigado a não cumpri-la.

Isto acontece porque, conforme a petista lembrou em sua fala, os juros praticados por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES estão muito abaixo do mercado. É isso que garante o sucesso do Minha Casa, Minha Vida e do Plano Safra, por exemplo.

O primeiro já contratou quase 3,5 milhões de casas em todo o Brasil para população de baixa renda. Já o segundo reservou R$ 156 bilhões para a agricultura, sendo R$ 24 bi para a agricultura familiar.

Se passados para a iniciativa privada, os dois programas contarão com juros cerca de 500% mais elevados, saindo dos atuais 5, 6% para algo em torno e 25%, média do mercado. Cenário tenebroso para as famílias pobres.

"Eu é que estou colocando medo?", indagou Dilma. Isso não é campanha do medo, é o programa da candidata do PSB, que confia no bom samaritanismo de nossos banqueiros e fecha os olhos para como os órgãos públicos servem de alavanca para o desenvolvimento do país e a promoção da igualdade.

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