PT encolhe na Câmara; vem mais negociação e dificuldade por aí

PT terá maioria mais apertada na Câmara se vencer segundo turno

Por Pedro Muxfeldt

Mesmo que vença a eleição para presidente, o PT precisará de muito jogo de cintura a partir de 2015. Com 70 deputados federais eleitos, o partido segue com a maior bancada da Câmara, mas alcança o seu pior resultado desde a primeira vitória de Lula. Com apenas 13% das cadeiras, será necessário que o governo federal ceda ainda mais aos partidos da base aliada para construir maioria na casa.

Com a queda também do PMDB - de 71 para 66 -, o PT caminha para uma maioria mais tímida do que a obtida na atual legislatura. Serão 304 deputados contra os 339 de hoje. Para retomar o patamar de 2011-2014, só com a conquista do apoio do PSB, que passou de 24 para 34, e do PTB, integrante da coligação de Aécio a contragosto de seus parlamentares.

Mesmo que traga a dupla para o seu lado, as dificuldades serão enormes para o governo. De acordo com levantamento do Diap, a representação dos trabalhadores no Congresso caiu pela metade enquanto a bancada empresarial passou de 22 para 28 membros. É preciso lembrar que será esta legislatura que poderá votar reformas essenciais para o país e vai decidir sobre a manutenção da política de valorização do salário mínimo, que garante aumento real anual do SM e que vence no ano que vem.

Antes que os puritanos ataquem a política de alianças do governo petista, está claro que foi a voz das urnas que gerou a necessidade crescente de costurar acordos com parte do conservadorismo nacional. Na Bolívia, por exemplo, Evo Morales caminha para vitória no primeiro turno com o MAS, seu partido, levando mais de 60% dos assentos do Parlamento.
É por isso que lá as reformas acontecem em ritmo mais acelerado e profundo do que por aqui.

A vitória de Dilma é o que o Brasil que se quer soberano, justo e igual precisa, mas este futuro também passa pelas mãos do Congresso Nacional e lá a derrota das forças progressistas já está anunciada. Resta negociar.

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