Capa do Globo de hoje com Obama |
Por Pedro Muxfeldt
No último post, falei do grande papel desempenhado pelos presidentes da América Latina na Assembleia Geral da ONU contra os discursos pró-intervenção na Síria de Barack Obama e seus pares europeus.
Se Dilma e os demais líderes da região deram um show no púlpito das Nações Unidas, reforçando a necessidade da construção de um mundo multipolar sem a ação de polícia internacional dos Estados Unidos, nossa imprensa, como de costume, mantém-se atrelada às ideias de dependência nacional e hegemonia ianque.
Além de enxergar propaganda eleitoral na fala de Dilma, O Globo, como bom seguidor da cartilha de submissão, preferiu estampar uma grande foto de Barack Obama na capa de sua edição de hoje a veicular a imagem da presidenta do país.
Porém, a página 3 guardava situação ainda mais abjeta. Em minieditorial comentando as participações de Dilma nas Nações Unidas (ela também falou na Cúpula do Clima), o jornal dos Marinho foi capaz de associar até mesmo o vestido usado por Dilma - vermelho PT, nas palavras do Globo - como comprovação do uso eleitoral de sua ida a Nova York.
Não parou por aí, mantendo os joelhos dobrados às potências imperialistas, O Globo diz que Dilma defendeu os terroristas do Estado Islâmico durante o discurso. Nada mais falso.
Eis o que disse a presidenta: "A cada intervenção militar, não caminhamos para a paz, mas assistimos ao acirramento desses conflitos. Não podemos aceitar que essas manifestações de bárbarie permaneçam ferindo nossos valores éticos".
Mais do que ser o principal partido de oposição no país, em situação que se repete nas demais democracias populares da América Latina, a grande imprensa, acreditando numa organização mundial que não existe mais, está sempre disposta a se alinhar às nações desenvolvidas em prol de interesses inomináveis. Assim, termina por fazer oposição não a governos, mas ao seu próprio país.
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