Uma explicação para o desespero da mídia e da oposição

Pedido de impeachment é mostra do desespero da oposição

Por Pedro Muxfeldt

A vitória de Dilma na eleição do mês passado detonou o desespero entre as hostes opositoras. Eleitores de Aécio, inconformados com a derrota, foram às ruas pelo impeachment da presidenta e alguns loucos chegaram a clamar por intervenção militar. Por sua vez, a mídia, que atuou contra a reeleição de Dilma ao longo de toda a campanha, vem dando munição para os tucanos com mentiras e ilações sem sentido, como a notícia do convênio entre Venezuela e MST, que comentei ontem.

Há inúmeras possibilidades de se explicar a gritaria da oposição, mas aqui vou comentar o que pode representar para a direita neoliberal os próximos quatro anos de PT no governo federal.

Quando não falava da última suposta afirmação dada por Paulo Roberto Costa em seus depoimentos à Polícia Federal, Aécio Neves atacou Dilma apontando a morosidade de obras de infraestrutura, a baixa qualidade dos serviços públicos do país e a redução do crescimento econômicos.

Os dois primeiros pontos tendem a perder força até 2018. Um dos principais alvos do tucano, a transposição do Rio São Francisco vai se completar no final de 2015. Serão três anos de água correndo pelo Sertão até outro candidato do PSDB se apresentar para escrutínio. Outro empreendimento muito falado, a refinaria de Abreu e Lima já está operando e vai começar a produzir diesel ao país ainda este ano. No mais, inúmeras obras de mobilidade nos grandes centros serão concluídas daqui até as presidenciais.

Quanto aos serviços públicos, mais chances de o discurso da oposição perder força. Se tão bem implementado quanto o Mais Médicos, com aprovação de 95%, o programa Mais Especialidades tende a se tornar um novo paradigma no atendimento de saúde às populações de baixa renda. Na área da educação, este blog já mostrou que os estudantes da geração Lula e Dilma tem níveis de alfabetização de primeiro mundo. Mais quatro anos e o aporte vigoroso do pré-sal tendem a reduzir ainda mais o vergonhoso analfabetismo nacional.

Resta, nesta lógica, desatar o nó górdio do crescimento econômico, que depende do arrefecimento da crise internacional, mas também de ação do governo, para colocar por terra boa parte dos ataques da oposição.

Apesar destes pontos, o desespero maior vem da relação que o governo terá com a imprensa nestes próximos quatro anos. Atualmente, a oposição navega em mar calmo quando o assunto é a informação. Com a mídia do seu lado, tucanos e aliados sabem que terão seus deslizes escondidos e, por outro lado, estarão sempre carregados para atacar os maus passos da União.

É aí que mora o grande perigo para a oposição. Com reduzidas possibilidades de passar a regulação da mídia pelo Congresso, o governo pode matar a grande mídia de asfixia se, à maneira do que fez com a Veja na última semana, retirar as vultuosas quantias que paga em publicidade para TVs e jornais.

Ora, em que mundo faz sentido despejar R$ 450 milhões (números de 2012) na Globo para sofrer ataques diários? Em que mundo uma emissora com audiência em queda livre sobrevive sem a tutela governamental? São cenários inconcebíveis.

Aprofundar as mudanças sociais provendo oportunidades e qualidade de vida à população enquanto enfrenta de peito aberto o monopólio da mídia é a missão do governo federal pelos próximos quatro anos para transformar a oposição, política e da imprensa, num Titanic com a orquestra a tocar temas perdidos no vento.

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